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MIRADAS (5) Diario de Pernambuco, Recife, Brasil, o mais antigo se renova

SND Latina abre espaço para o jornal mais antigo em circulação da América Latina. Fundado em 7 de novembro de 1825, o Diario de Pernambuco, de Recife, procurou sempre ser um modelo de jornalismo na região Nordeste do Brasil.

O Editor de Arte Christiano Mascaro, no jornal desde 1999, nos conta que o Diario tem uma equipe de mais de quinze profissionais na área de Arte.

Nos últimos anos, o jornal vem passando por importantes mudanças editoriais e tecnológicas que alteraram suas feições e inovaram em muito o design geral. Inovações que resultaram, inclusive, no reconhecimento por parte da SND.







"Em fevereiro de 2003, fui convidado a assumir a editoria de arte do jornal, já com a demanda de fazer as mudanças gráficas tão necessárias a uma publicação com a estatura mercadológica do Diario de Pernambuco. Em três meses, fizemos uma primeira reformulação gráfica, na intenção de solucionar os problemas mais críticos no desenho do jornal. Precisaríamos de tempo para empreender uma reformulação geral.

Vale ressaltar que uma mudança dessa envergadura também demandaria uma pesquisa que nos fornecesse subsídios para enfrentar o velho mito da tradição: o leitor do Diario se apóia na credibilidade de um jornal de 182 anos, e seria, nesse sentido, menos afeito a mudanças.

Para nossa alegria, além do ganho estético, a reformulação do jornal revelou-se eficiente. Tivemos feedbacks do tipo: “Não sei o que mudou, mas sinto que está melhor para ler”. Era exatamente o que queríamos; que o leitor continuasse reconhecendo o seu jornal, mas que notasse que algo tinha mudado para melhor.

Basicamente, nosso trabalho foi “limpar” o jornal. Dar mais ritmo na diagramação, proporcionar uma navegação mais coerente e clara para o leitor. Medimos o sucesso também pela maneira que o mercado sentiu nossa “mexida”. A partir dalí, sinalizamos que uma reformulação gráfica mais efetiva seria oportuna quando da comemoração dos 180 anos do Diario. Uma data simbólica que aproveitaríamos para apresentar um passo a mais nesse redesenho.

No dia 7 de novembro de 2005, apresentamos aos leitores a nova “cara” do Diario, que chegou ao mercado juntamente com novos produtos cuja marca de diferenciação era o design. O Caderno de Domingo do jornal, por exemplo, passou a ser impresso em papel refilado, possibilitando o “sangramento” das fotos (como nas revistas), mas mantendo o formato standard - um híbrido interessante de jornal e revista.

Uma das capas desse caderno, inclusive, ganhou um prêmio de excelência gráfica na 27ª edição do SND. Outro caderno com grande repercussão junto ao público lançado pelo jornal foi o Fim de Semana, roteiro cultural e de diversão em formato revista tablóide, refilado e grampeado.









No corpo do jornal, intensificamos as mudanças que havíamos iniciado anteriormente. Nas páginas internas, tons de cinza criam valores ao invés de fios pretos de diferentes pesos; fotografias e artes ganham destaque na publicação.

É importante salientar o intercâmbio sistemático e fértil entre a nossa equipe e os companheiros do Correio Braziliense e do Estado de Minas, jornais que pertencem, assim como o Diario, ao Grupo Associados. É na primeira página do Diario de Pernambuco onde essa sinergia se torna mais clara. O casamento da manchete com a apresentação gráfica, o impacto visual ancorado na notícia, é uma busca constante nesses três veículos.

Mais recentemente, cansado da “ditadura” do eixo vertical ou horizontal que a primeira página impõe, e pegando carona na criação do “L invertido”, passamos a criar novos “alfabetos” para as chamadas. Interessante experimentar as tantas possibilidades que um artifício surpreendentemente eficaz permite. O uso de cores, ou a barra horizontal vindo da meia-página para baixo, ou desde cima... Importante ressaltar que este recurso não é um modelo único, sendo tratado por nós como mais uma possibilidade de comunicação visual.










Em termos de equipe, contamos com uma estrutura enxuta, mas eficiente. A “cozinha” (leia-se, diagramação) é basicamente de muitos anos. As mais significativas mudanças se deram na Arte. Somos 11 diagramadores e 5 ilustradores na Arte.

Vale dizer que, no Diario, até o chargista faz gráficos e, de vez em quando, também diagrama. Todo mundo faz um pouco de tudo e, melhor, num clima bem natural, como se o que importasse mesmo fosse o resultado final. Esse é o nosso maior trunfo.

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