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Como funciona o trabalho do júri do concurso The Best of Newspaper Design


A neve emoldura o concurso da SND. Fotos Léo Tavejnhansky.





Os melhores jornais do mundo são escolhidos, anualmente, nos dias frios de fevereiro nos Estados Unidos. Para Steve Cavendish, editor gráfico do jornal Chicago Tribune, e membro da SND desde 1993, sua viagem anual para a neve de Syracuse, em Nova Iorque, foi diferente este ano.



Após 10 anos de participação na competição da SND como assistente dos juízes, Cavendish juntou-se a outras 26 pessoas por três dias para julgar o melhor do design.



A tarefa do grupo era eleger o The Best of Newspaper Design entre os 13.862 trabalhos inscritos de 394 publicações, representanto 46 países, e encontrar o melhor que os profissionais de jornalismo visual têm a oferecer. O grupo de Steve Cavendish selecionou vencedores para as 27 categorias da competição. Nesta entrevista, para o editor de temas sobre design do Poynter Institute of Media Studies, Cavendish antecipa alguns dos conceitos .

P - Como foi participar, pela primeira vez, como juiz:

R - Acho que foi mais cansativo ser juiz. Isso requer uma tonelada de concentração. Você não tem chance de ver muitos trabalhos de outras categorias quando você é um juiz, também. Alguém me perguntou isso em Syracuse, eu eu disse que a maior diferença foi que eu não estava proibido de comentar sobre as páginas, uma regra se você é um assistente.

Ter sido um assistente de juiz, por tantos anos, não afetou muito a maneira que julguei as páginas. Sabia o que esperar. Ver umas duzentas páginas na mesa me esperando não me chocou quando entrei na sala.



Mais de 13.000 páginas concorreram em 2006.
P - Como avaliar páginas tão diferentes?
R - Você não pode comparar as coisas. É preciso avaliar cada página pelos próprios méritos. Do contrário, você só votaria por um tipo único de página (no meu caso, o do The Guardian). Quando você entra em discussão para a medalha, há algumas comparações a serem feitas.



P - Quanto tempo se leva para avaliar cada página?
R - Estudo cada página o tempo necessário. Tive a chance de ler uma boa quantidade de matérias e analisar modelos de design e tipografia. Obviamente, não há tempo para ler tudo em todas as páginas inscritas, mas se o impacto geral da página não despertou minha atenção, é pouco provável que o quarto título me convença da qualidade.



P - Faz diferença se você já conhece a página que vai julgar?

R - Ter visto a página na web, ou em algum outro lugar, antes de julgá-la é provavelmente a maior diferença de dez anos atrás. Nos sites como Newseum, Newsdesigner.com ou sites de portfolio como newspagedesigner.com, vê-se muitos trabalho antes de chegar a o júri de Syracuse. Não acho que ter visto o material antes faz diferença. Havia algumas páginas em que eu tinha certeza que votaria, mas elas pareciam bem melhor em 200 pixels que em 11 polegadas, então não votei nelas.

P - Como você avalia o nível de qualidade dos trabalhos?

R - Chegar a um consenso das páginas vencedoras foi desafiador no sentido de que os juízes no nosso grupo precisavam estar realmente convencidos, assim houve muita discussão. Foi bem acadêmico. Honestamente, acredito que os trabalhos aumentaram o nível da competição. Os projetos são bem melhores, hoje, que há 10 anos, em média. O destaque não está mais na manchete, na foto ou na matéria. Está no todo, aquilo que é bem distribuído e é graficamente sólido ou é de uma qualidade superior, com dinamismo, que prende completamente o leitor e desperta sua atenção.


P - Que trabalho se destacou?

R - Um jornal que particularmente me surpreendeu foi o Excelsior, da Cidade do México. Achei sem dúvida o melhor material da competição. Passou de um trabalho desacreditado para ser um dos melhores design de jornal no mundo.


P - O concurso da SND precisa de mudanças como muitos designers defendem?

R - Depois de ter passado por todas as fases (concorrendo com páginas, atuando como assistente e agora julgando), não sei se deveriam ser feitas mudanças na competição. Acredito que, da maneira que está estruturada hoje, tem-se uma visão justa com relação ao melhor jornalismo visual do ano. Nunca será uma escolha perfeita ou completa, e acho um erro pensar na competição assim. Os jornais tablóides tiveram categorias próprias este ano, o que é bom porque eles são realmente diferentes em um mesmo nível de página. Não acredito que se encaminhe para a inscrição eletrônica, como alguns concursos fotográficos, principalmente porque não é dessa forma que os leitores encontram as páginas.

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