FAÇA PARTE DA MAIOR ASSOCIAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO DESIGN DE NOTÍCIAS

CANAL DE COMUNICACIÓN DE LOS DISEÑADORES DE NOTICIAS

ARGENTINA BOLIVIA BRASIL CHILE COLOMBIA ECUADOR PARAGUAY PERÚ URUGUAY VENEZUELA

The Best of Newspaper 1998: Correio Braziliense, campeão da América do Sul



Editado em Brasília, o Correio é o único jornal da América do Sul ganhador do prêmio máximo da Society. O Correio conquistou o The Best of Newspaper Design na edição de 1998 do concurso. A SND acaba de realizar o Congresso desse ano em Boston e a distinção ao jornal brasileiro permanece como a mais importante do continente latino-americano.

João Bosco Adelino de Almeida é o atual Editor de Arte do Correio. Ele selecionou páginas atuais do jornal, premiadas na competição de 2006, e respondeu algumas perguntas sobre a filosofia do CB.

Nove anos depois do prêmio máximo da SND, o Correio Braziliense persegue os mesmos passos e mantém a filosofia gráfica e editorial do projeto criado por Chico Amaral nos anos 90.

Uma equipe de 32 pessoas, entre infografistas, ilustradores, cartunistas e diagramadores vem aprimorando, ao longo dos anos, a fórmula que o colocou o Correio no clube dos melhores desenhos de jornal do mundo







Qual a receita de trabalho e filosofia para o Correio Braziliense ser o único jornal brasileiro eleito pela SND como melhor do mundo?

Muito trabalho e bastante comprometimento da redação com o projeto gráfico do jornal são os itens primordiais. Além disso, essa cultura gráfica passa por uma preocupação constante com o acabamento das páginas, o que algumas vezes torna uma montagem simples e rápida em um trabalho minuncioso de edição de imagem. Nos propomos a esse trabalho em favor da qualidade. Por fim, há dois outros aspectos que são determinantes de uma página do Correio: a quantidade de texto e a exigência de uma imagem principal em todas as páginas. Se não usamos bem as imagens e enchemos a página de texto, estamos tornando as páginas muito cinzas. O leitor não agüenta ler algo assim, é chato.

Qual a diferenca do Correio Braziliense para os outros jornais do Brasil ?


Acho que o Correio Braziliense traçou uma linha gráfica há mais de dez anos. Aposta e acredita nisso e tem na figura do leitor aquele que mais exige esse perfil de jornal. Talvez esse seja o caminho. O leitor tem que interagir. Outros jornais têm mudado seus projetos para incluir uma aparência mais leve e interativa. É uma tendência mundial exposta no concurso SND todos os anos.

Como foi que o jornal investiu em uma nova proposta gráfica e editoral ?

Isso foi há mais de dez anos também. Existia a necessidade de mudança e tínhamos que pensar em algo novo, moderno e que fosse diferencial no mercado de jornal. Acho que Chico Amaral foi muito feliz quando definiu essa fórmula que se usa ainda hoje. Não apenas de fotos grandes, páginas coloridas, títulos grandes. Era fundamental que a editoria de Arte fosse vista, dentro da Redação como editoria, e não apenas como uma seção para produzir "coisa bonita". Os profissionais da área gráfica (ilustradores, infografistas, chargistas e diagramadores) se tornaram mais presentes na edição. Isso fez a diferença. É preciso destacar que o projeto gráfico e editorial caminham juntos. Fazer uma reforma gráfica sem o apoio de decisões editoriais não levam a mudanças substanciais.

Como é o trabalho de edição e design no Correio Braziliense ?

Acredito que o trabalho diário não seja diferente das outras redações. Tentamos apostar em alguns assuntos. Óbvio que isso é atropelado na maioria das demandas, mas tentamos nos antecipar em alguns assuntos. O dia-a-dia depende do assunto. Se precisar, alteramos nossa grade de produção. No caso do último acidente aéreo, envolvemos uma boa parte da equipe para produzir um resumo dos fatos em uma página gráfica. Tivemos apenas 3 horas para fazer tudo e, em diversos momentos, tivemos que modificar o trabalho no meio do caminho, pois chegavam novas notícias o tempo todo. Como o trabalho gráfico prescinde de tempo, colocamos várias pessoas na mesma tarefa para contornar o prazo, já quer era uma situação de emergência.